Nelo Teixeira Angola, 1974

Apresentação

Nelo Teixeira é um artista multidisciplinar cuja prática artística abrange pintura, colagem, assemblagem, escultura e instalação. A sua obra dialoga com a Arte Bruta, a Arte Povera e o movimento Fluxus, incorporando materiais encontrados e objetos descartados para construir narrativas visuais que oscilam entre o poético e o político.

 

Profundamente influenciado pela realidade urbana e social de Luanda, Nelo Teixeira transforma fragmentos do quotidiano — latas, caixas de madeira, plásticos, tecidos e detritos urbanos — em composições que evocam memória, precariedade e resiliência. A sua abordagem integra elementos gráficos e linguísticos, onde palavras e inscrições emergem como signos visuais e gestos performativos.

 

A experiência do artista na construção de cenários para teatro e televisão transparece na dimensão instalativa do seu trabalho, onde formas arquitetónicas precárias e estruturas modulares evocam espaços de habitação informal e a fragmentação do tecido social. O seu universo imagético, marcado por figuras humanas estilizadas e tipificadas, aproxima-se da expressividade de Jean Dubuffet, Karel Appel e Jean-Michel Basquiat.

 

Em 2015, Nelo Teixeira representou Angola na Bienal de Veneza, integrando o pavilhão "On Ways of Travelling", ao lado de António Ole, Binelde Hyrcan, Délio Jasse e Francisco Vidal onde apresentou uma instalação de esculturas antropomórficas compostas por madeira, metal e materiais reaproveitados. Desde então, tem vindo a expor em diversas geografias, consolidando uma prática que cruza tradição e contemporaneidade, arte e ativismo.

 

Atualmente, vive e trabalha entre Angola e Portugal, onde continua a desenvolver um corpo de obra que reflete sobre território, identidade e transformação social, recorrendo à arte como meio de resistência e reinvenção coletiva.

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