Uólofe Griot Angola, 1989
Uólofe Griot é uma ode à identidade angolana e à complexidade que envolve a sua construção imagética. O seu processo criativo encontra-se profundamente enraizado em ideogramas e mitologias de diferentes culturas. Através do uso magistral de escarificações, as suas personagens intervencionadas transformam-se em figuras etéreas, personificando a fluidez da identidade angolana, muitas vezes negligenciada na vida quotidiana. Estes símbolos, delicadamente moldados como rendas, prestam homenagem aos ritos das multiplas tribos locais, dando vida aos ecos esquecidos da angolanidade.
Numa sociedade marcada pelo trauma da apropriação colonial dos seus elementos visuais identitátios, a obra de Uólofe Griot desafia profundamente os tabus instalados. Configura um testemunho do poder da linguagem visual no decurso do tempo histórico e na contemporaneidade, uma celebração do património e uma reflexão profunda sobre a tradição.