Caleidoscópio: Retratos de um Viajante: Exposição Individual de Benigno Mangovo
“Caleidoscópio: Retratos de um Viajante” tem a curadoria de Jamil (Parasol) Osmar, apresenta uma série de onze trabalhos de pintura totalmente inéditos e retrata a intrincada teia da experiência humana tecida através da perspetiva de Benigno Mangovo enquanto viajante imerso na realidade singular da Ilha de Luanda.
O trabalho de Benigno Mangovo transcende uma mera concepção estética visual, convertendo-se por via da intelecção num canal para o diálogo e a introspecção. A sua obra não se cinge a um simples conjunto de representações de carácter mimético, mas edifica-se como visão caleidoscópica de incontáveis narrativas que convocam a audiência a encarnar a pele dos personagens que evoca e a sentir o pulso às comunidades que prosperam à sombra da expansão urbana.
O artista, como Viajante, move-se através desse microcosmo dissonante que envolve a insular península de Luanda. Cada pincelada configura uma palavra, cada cor uma frase na avita história da resiliência e da esperança do ilhéu. O otimismo cândido do Viajante torna-se contagiante à medida que se adentra essa ínsua da humanidade: discerne beleza no mundano, um espírito afim em cada fronte e em cada caleja uma epopeica história que merece ser narrada.
A predileção de Benigno por uma abordagem de baixa fidelidade elimina o supérfluo, concentrando-se na essência dos seus temas. A hiperbolização minimalista reflete a simplicidade e a perspicuidade das perceções do Viajante, enquanto a opção por uma paleta de cores primárias fala das fecundas profusões interiores dos indivíduos com que se entrecruza.
“Caleidoscópio: Retratos de um Viajante” é uma celebração da humanidade, o testemunho de um espírito aventureiro e explorador, uma peregrinação; um apelo a explorar as paisagens interiores das nossas próprias viagens, a encontrar o Viajante que habita em todos nós, encorajando-nos a olhar para além do superficial, a ver o mundo não como ele é, mas como poderia ser - cheio de esperança, beleza e a contemplar o potencial infinito do espírito humano. Servirá como um espaço onde cada visitante se torna um viajante, cada olhar uma exploração e cada pintura um regresso ao coração do que significa estar verdadeiramente vivo.