Com curadoria de Katherine Sirois, a exposição Rescue Op, é uma iniciativa da P28 — Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico, em parceria com a Associação Carpe Diem Arte e Pesquisa.
Apresenta obras de artistas provenientes de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Brasil: Ana Silva, Bento Oliveira, Cristiano Mangovo, Gonçalo Mabunda, Micaela Fikoff e Nelo Teixeira.
Os artistas presentes nesta mostra utilizam todo o tipo de materiais do quotidiano (objetos encontrados, fragmentos e lixo) para a produção de obras e instalações que entrelaçam a contemporaneidade e a globalização com o artesanato e a estética tradicional africana. Os visitantes poderão aprender sobre a importância e a utilidade das coisas descartadas (ou inúteis) para os processos de criatividade artística, ao mesmo tempo que encorajam a sua própria iniciativa, imaginação e desenvoltura em participar nos desafios ambientais das nossas sociedades.
Vasculhar, recolher, armazenar, re-imaginar, converter e montar. Estes são os principais exercícios realizados por artistas que trabalham quer a partir de resíduos, lixo e sucata, quer a partir de materiais simples, humildes e sem valor. A matéria prima destes trabalhos resulta de um processo de seleção e recolha enquanto vagueiam em centros urbanos ou nas periferias das grandes cidades para capturar restos e resíduos, peças e partes atiradas para as ruas, em lotes vagos ou em lixeiras.
Questionando os conceitos de “valor” e “desperdício” e desafiando os excessos do consumo implacável, os artistas (re)valorizam matérias desgastadas, objetos obsoletos e descartados, enquanto, em simultâneo, prestam homenagem à modéstia dos mais humildes e vulgares artefactos da vida quotidiana.
Rescue Op propõe uma meditação sobre a convergência, nas artes visuais (mais especificamente na escultura, colagem e instalação), entre a indústria, o artefacto e a natureza. Numa relação ativa com as realidades externas e materiais do nosso tempo, os artistas nestes seus trabalhos cultivam e transformam de forma lúdica e espirituosa estes objetos comuns e descartados em novos símbolos visuais e narrativos.
Ao fazê-lo, reinterpretam, de maneiras próprias e distintas, o material que compõe as culturas visuais e sociais dos respetivos países nativos e adotados.
Pavilhão 31 do CHPL/ Hospital Júlio de Matos.