Manuela Pimentel Portugal, 1979

Apresentação

A obra de Manuela Pimentel caracteriza-se por uma aliança harmoniosa de influências da cultura histórica erudita e elementos da cultura vernacular, produzindo um corpo de trabalho multifacetado e profundamente texturizado, que reflete a complexidade e a riqueza da identidade cultural portuguesa.

 

O seu trabalho combina elementos da azulejaria local com a estética da arte urbana, sob a inspiração da tradição e cultura nacional e da produção de artistas do Pós-Guerra como Mimmo Rotella, Raymond Hains e Jacques Villeglé.

 

Manuela Pimentel incorpora nas suas obras de instalação mural fragmentos de cartazes de rua, erodidos pelo tempo, que ela mesmo recolhe e reutiliza para converter na superfície primeira das suas intervenções pictóricas. Através do uso da tinta acrílica, recria magistralmente as figuras tradicionais da azulejaria do período áureo do Barroco português, socorrendo-se da sua linguagem estéticas, das suas cores convencionais, iconografia e estilo. 

 

Ao fundir estes elementos com as resinas, as argamassas ásperas e as luzes de néon que caracterizam a sua produção artística, Manuela Pimentel redefine o papel do azulejo, promovendo a sua transição de uma expressão meramente decorativa local para uma afirmação artística global que transcende as fronteiras da memória coletiva e do contexto cultural.

 

Através desta combinação a artista explora os conceitos de impermanência, dualidade e ambiguidade. Agrega habilmente os cânones visuais do período Barroco com a estética crua da "Street art", obtendo como resultado uma interação impressionante de texturas e contrastes que evocam simultaneamente sensações de permanência e efemeridade.

 

As composições de Manuela Pimentel unem igualmente o sagrado e o profano. São infundidas de um dramatismo poético e de um racionalismo que convidam os espectadores a contemplar a natureza transitória da existência e o impacto duradouro dos legados culturais.

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