Barbara Wildenboer South Africa, 1973

Apresentação

Barbara Wildenboer investiga o conceito filosófico de estética através de uma série de diferentes meios e processos. Ao explorar este conceito, juntamente com fenómenos como a temporalidade, a geometria fractal e a interligação de todos os seres vivos, ela expõe as ligações entre uma miríade de formas de vida - desde a microscópica à imensa.

 

O foco principal de Wildenboer é a estética ambiental, a qual a artista entende como englobando tanto territórios naturais, como a interação humana com o reino natural. O seu trabalho debruça-se  ainda sobre a ideia do sublime matemático (noção estética desenvolvida inicialmente por Immanuel Kant) e sobre a ideia de como o infinito e a ausência de limites do universo transcendem os limites da razão.

 

Wildenboer utiliza uma combinação de processos analógicos e digitais para produzir um corpo de trabalho diversificado e rico que consiste principalmente em colagens, construções fotográficas e em papel, instalações, esculturas fotográficas animadas digitalmente e “book arts”. 

 

O seu recente corpo de trabalho, “LOOT", é influenciado por um interesse crescente na forma como alguns modelos de  significação são criados e moldados pelo encontro entre África e Europa. Para explorar estas ideias, a artista utiliza a 'apropriação'. O uso da apropriação é, por um lado, uma referência a artefactos saqueados que foram expropriados das suas origens, mas também à forma recorrente como Wildenboer se envolve com o seu meio (livros alterados e imagens encontradas para colagens), o que sempre envolveu a apropriação de diferentes textos e a sua reconfiguração de alguma forma. 

 

Nos últimos anos, a artista tem procurado e obtido imagens de diversos artefactos antigos provenientes de lugares como África, Oceânia, Grécia Antiga, Mesopotâmia, e Américas, atualmente encontrados em vários museus na Grã-Bretanha, Alemanha, França e EUA. Utilizou estas imagens para criar o que se poderá assemelhar a escadas, postes, árvores, ou torres, e que configuram a assimilação de diferentes relíquias, figuras de fertilidade, máscaras, vasos e elementos arquitectónicos.

 

Estes artefactos de papel, pensados e expostos de forma a imitar o modelo tradicional do Museu Ocidental de um modo idiossincrático e absurdo, evidenciam as múltiplas formas como estes objetos podem ser vistos. As esculturas de papel aludem à curadoria das exposições arqueológicas, sendo colocadas em pedestais ou em vitrinas, e depois iluminadas para criar a aura de uma obra de arte que está muito afastada das suas funções originais. O resultado é uma espécie de documentário ficcional que faz referência a coisas reais, mas que se transforma em algo mais.

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