Amélie Ducommun França, 1983

Apresentação

Amélie Ducommun é uma artista franco-suíça cuja prática se centra na memória, na paisagem e na ressonância emocional dos elementos naturais. Licenciou-se na École des Arts Décoratifs de Paris (ENSAD) e na Escola de Belas-Artes de Barcelona.

 

Em 2009, Ducommun foi seleccionada pela Académie des Beaux-Arts para representar a pintura francesa em Espanha, durante uma residência de dois anos na Casa de Velázquez. Em 2011, foi convidada pela Fundação Miró, em Maiorca, para trabalhar no estúdio de verão de Joan Miró, e recebeu o prestigiado Prémio Georges Wildenstein.

 

A natureza tem estado no centro da sua prática, orientando uma linguagem visual enraizada na memória, na percepção da paisagem e na interacção das forças elementares. Um período determinante na sua carreira ocorreu na ilha de Ouessant, onde passou um ano a viver  quase em imobilidade, observando o movimento das marés e produzindo a série de cem peças Estran. Esta experiência aprofundou a sua exploração contínua da “memória da água”, tema que atravessa as séries subsequentes.

 

O seu trabalho é guiado pelo desejo de compreender a memória e de explorar como as paisagens se imprimem em nós. Cria “mapas de memória”: nebulosas de vestígios, sensações e emoções recolhidas dos lugares que atravessa. As suas pinturas e instalações não são ilustrações da realidade, mas acumulações de impressões recordadas, sobrepostas de forma transparente, como as camadas da experiência.

 

Num mundo dominado pela velocidade, pela clareza e pela opinião constante, Ducommun é atraída pelas áreas cinzentas — aqueles espaços subtis e incertos onde a poesia ainda existe. Hoje, a memória colectiva parece frágil; aquilo que nos liga ao passado é cada vez mais efémero: uma fotografia, uma mensagem, um vídeo que não deixa espaço para nuance ou discussão. O processo de Ducommun é uma oscilação entre o mundo exterior, que deve permanecer novo, e o seu mundo interior, repleto de memórias. A obra emerge do encontro entre os dois. As suas pinturas procuram expressar esta interacção. Linhas e cores não se confrontam, mas evoluem em harmonia; formam encontros equilibrados entre elementos essenciais tanto à vida como à memória.

 

Aos 41 anos, já apresentou mais de uma centena de exposições na Europa, América do Norte e do Sul, Ásia e Médio Oriente.

Obras