Cássio Markowski Brazil, b. 1972
A Menina e a Garça - Serie: Dobras do Tempo e da Memória, 2025
Graphite, vinyl paint, colored pencils, and gouache on linen
80 x 70 cm
CMK74
Copyright The Artist
Dando continuidade à sua investigação em torno da memória e da ancestralidade — onde o desenho e a pintura se afirmam como meios fundamentais de expressão —, Cássio Markowski desenvolve...
Dando continuidade à sua investigação em torno da memória e da ancestralidade — onde o desenho e a pintura se afirmam como meios fundamentais de expressão —, Cássio Markowski desenvolve nestas obras uma figuração narrativa sustentada por três eixos centrais: o autobiográfico, o histórico e o ficcional.
O artista reflecte sobre elementos simbólicos pertencentes a uma memória colectiva muitas vezes negligenciada, apropriando-se desses elementos e de objectos com o intuito de construir um campo visual e iconográfico onde a representação do corpo surge fragmentada. É o que se observa em séries como Ori / Santa Cabeça e Osória — esta última inspirada num retrato de primeira comunhão da sua avó.
Nestas obras, Markowski parte de uma cosmovisão que valoriza uma sabedoria ancestral, transmitida por via da intuição e da consciência de que humanidade e natureza são uma entidade indissociável. A cabeça, aqui “santificada”, funde-se com plantas como a samambaia e o agave — espécies tradicionalmente utilizadas em práticas religiosas afro-brasileiras —, dando origem a uma entidade híbrida que o artista designa como corpo vegetal.
Na série Dobras do Tempo e da Memória, Markowski propõe uma reflexão visual sobre a temporalidade, recorrendo a desenhos encontrados nos arquivos do Frobenius Institute, na Alemanha, e do Museu Histórico Nacional, no Brasil. A partir da cosmovisão iorubá, que compreende o tempo como um ciclo contínuo de criação, transformação e renovação — e não como uma linha recta —, o artista explora a ideia de que passado, presente e futuro se entrelaçam, dobrando-se sobre si mesmos num movimento constante e fluido.
O artista reflecte sobre elementos simbólicos pertencentes a uma memória colectiva muitas vezes negligenciada, apropriando-se desses elementos e de objectos com o intuito de construir um campo visual e iconográfico onde a representação do corpo surge fragmentada. É o que se observa em séries como Ori / Santa Cabeça e Osória — esta última inspirada num retrato de primeira comunhão da sua avó.
Nestas obras, Markowski parte de uma cosmovisão que valoriza uma sabedoria ancestral, transmitida por via da intuição e da consciência de que humanidade e natureza são uma entidade indissociável. A cabeça, aqui “santificada”, funde-se com plantas como a samambaia e o agave — espécies tradicionalmente utilizadas em práticas religiosas afro-brasileiras —, dando origem a uma entidade híbrida que o artista designa como corpo vegetal.
Na série Dobras do Tempo e da Memória, Markowski propõe uma reflexão visual sobre a temporalidade, recorrendo a desenhos encontrados nos arquivos do Frobenius Institute, na Alemanha, e do Museu Histórico Nacional, no Brasil. A partir da cosmovisão iorubá, que compreende o tempo como um ciclo contínuo de criação, transformação e renovação — e não como uma linha recta —, o artista explora a ideia de que passado, presente e futuro se entrelaçam, dobrando-se sobre si mesmos num movimento constante e fluido.